Desastre em Petrópolis/RJ deixa mais de 135 mortos e centenas de desabrigados

A pior chuva registrada na cidade desde 1932, deixou rastro de destruição e caos.

Forte chuva ocorrida no último dia 15, a maior desde 1932, provocou enchentes e causou grande destruição na cidade de Petrópolis, região serrana do estado do Rio de Janeiro, ceifando a vida de pelo menos 136 pessoas, informação confirmada pelas equipes de resgate do Corpo de Bombeiros, que ainda trabalham nas buscas por vítimas desaparecidas e corpos. Estima-se que 218 pessoas ainda estejam desaparecidas.

Um grande número de casas foram destruídas, deixando centenas de famílias desabrigadas na cidade, que sofrem ainda com a falta de luz e água em várias regiões, estando também sujeitas a doenças causadas pelas inundações.

O Presidente da República Jair Bolsonaro esteve na região, e descreveu o cenário como trágico e devastador, avaliando-o como um cenário quase de guerra. Acompanhado de Ministros e Autoridades Estaduais e Municipais, o Presidente anunciou medidas imediatas com o intuito de atender com urgência a população atingida pela calamidade, buscando desde já minorar os problemas causados por esta situação.

"Vimos pontos localizados, mas de uma intensa destruição. Vimos também regiões em que existiam casas, pelo que vimos perifericamente ao estrago causado pela erosão. Então, é imagem quase que de guerra, é lamentável. Tivemos uma perfeita noção da gravidade do que aconteceu aqui em Petrópolis. Muitas vezes, não podemos nos precaver por tudo o que possa acontecer nesses 8,5 milhões de quilômetros quadrados. A população tem razão em criticar. Aqui (em Petrópolis) é uma região bastante acidentada. Infelizmente, tivemos outras tragédias aqui. A gente pede a Deus que não tenhamos mais. E vamos fazer a nossa parte", afirmou o Presidente.

O Governador do Rio de Janeiro Cláudio Castro afirmou que tanto o Governo do Estado, quando Governo Federal e Governo Municipal estão trabalhando ativamente desde o primeiro dia da ocorrência, sempre com os devidos cuidados para evitar mais perdas de vidas, atuando com rigor e técnica, apesar das chuvas ainda não terem cessado completamente na região serrana.

"Não adianta ter gente demais aqui. A imprensa tem cobrado muito que tenham muitas pessoas. Há um problema sério de trânsito, um problema sério de o local estar instável. Isso quem manda é a técnica", afirmou o Governador.

A Secretaria de Infraestrutura e Obras do Governo do Rio de Janeiro, calcula já ter recolhido mais de 29 mil toneladas de resíduos como entulhos, lama, barro, vegetação e veículos.

O prefeito de Petrópolis, Rubens Bontempo, informou que o poder público municipal mantém as buscas às vítimas, além de trabalhar para desobstruir as principais ruas e a restaurar a mobilidade cidade, bem como garantir a volta dos serviços essenciais como a energia elétrica, a coleta de lixo e o transporte.

O coronel Leandro Sampaio Monteiro, comandante do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, informou que o Estado está recebendo ajuda de outras unidades da federação, inclusive com o envio de cães farejadores. Ele fez um apelo para que os moradores de áreas de risco atendam às orientações da Defesa Civil e dos Bombeiros para deixem suas casas e se dirijam aos abrigos.


Atuação conjunta dos Ministérios busca apoiar e ajudar a população

Mais de 820 pessoas das Forças Armadas estão atuando no local, informou o Ministério da Defesa.
“Foi deslocado o Comando Conjunto Leste para a região. A Marinha já disponibilizou pessoal, hospital de campanha e diversos meios, a força aérea estabeleceu um controle de tráfego aéreo, em virtude da quantidade de aeronaves, o exército colocou tropas, veículos e pessoal para apoiar a população desamparada. Foram deslocadas guarnições de cidades próximas como Juiz de Fora e Rio de Janeiro, solicitamos especialistas em engenharia e construção para identificar as providências necessárias nas áreas de deslizamento.” - afirmou o Ministro da Defesa General Braga Netto.


Além do contingente das Forças Armadas, cerca de 580 bombeiros estão atuando diretamente na busca por vítimas, sendo que 80 vieram de outros 14 estados da federação.

O Ministério da Cidadania tem trabalhado e direcionado recursos para o acolhimento das mais de 1.500 famílias desabrigadas, bem como no envio de donativos, assistência social e cestas de alimentos a população atingida pelo desastre.

O Ministério do Desenvolvimento Regional deve editar em mais alguns dias, uma Medida Provisória no valor adicional de R$ 500 milhões para socorrer as áreas atingidas pelos desastres naturais, além dos R$ 2 bi já liberados desde novembro do ano passado para atendimento a emergências e eventos catastróficos.


Matéria: Dimithri Vargas
Com informações de EBC e Agência Brasil
Imagens: Tânia Rego (EBC)
   
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