Relatório das Forças Armadas indica vulnerabilidade do código-fonte das urnas eleitorais

Embora não confirme a existência de fraudes, relatório aponta vulnerabilidade do código-fonte das urnas e do sistema de transmissão ao TSE.


O Ministério da Defesa apresentou ao Tribunal Superior Eleitoral, o relatório das Forças Armadas sobre a integridade das urnas eleitorais no país, e os resultados foram preocupantes, pois colocaram em xeque a lisura do processo eleitoral brasileiro, ainda que não aponte formalmente a existência de fraude.

No relatório de sessenta e cinco páginas, foi detalhada a falta de acesso pleno aos códigos que formam o código-fonte das urnas, quais versões foram utilizadas nas eleições, bem como dentre as versões avaliadas, foi identificada a possibilidade de manipulação do código-fonte, devido a existência de vulnerabilidades não corrigidas pela equipe de desenvolvimento do TSE. Outrossim apontado foi a invasão da rede utilizada para a captação dos resultados em cada região do país, demonstrando fragilidade na segurança operacional.

“Do trabalho realizado, destaco dois pontos. Primeiro, foi observado que a ocorrência de acesso à rede, durante a compilação do código-fonte e consequente geração dos programas (códigos binários), pode configurar relevante risco à segurança do processo. Segundo, dos testes de funcionalidade, realizados por meio do Teste de Integridade e do Projeto-Piloto com Biometria, não é possível afirmar que o sistema eletrônico de votação está isento da influência de um eventual código malicioso que possa alterar o seu funcionamento”. - Trecho extraído do relatório.


Limitações de acesso e falta de transparência por parte do TSE, chama atenção


Ficou evidente que o Tribunal Superior Eleitoral não viabilizou o pleno acesso as informações necessárias para se atestar a confiança nas urnas eletrônicas, dadas as limitações de acesso impostas as equipes designadas pelas Forças Armadas para avaliar a segurança do processo eleitoral, o que causa estranheza, haja vista se fazer necessária a plena transparência entre os poderes, para que não pairem dúvidas quanto a integridade do processo eleitoral conduzido.

Apesar de terem sido apontadas vulnerabilidades, que por sí só já comprometem a integridade e lisura do processo eleitoral, não foram encontradas evidências claras de fraude, tanto pela baixa amostragem de sessões eleitorais acompanhadas (501), quanto pelo fato de que, se houve alguma alteração maliciosa dos códigos-fonte, somente por uma complexa análise do código binário de transmissão dos resultados que será possível confirmar ou não a existência de fraude, motivo pelo qual o relatório se encerra com o pedido de abertura total dos códigos, bem como solicita as correções das vulnerabilidades apontadas.

A conclusão final que se chega é que, não se tem certeza da integridade e lisura do processo eleitoral brasileiro, por meio de urnas eletrônicas, até que se cumpra com as etapas solicitadas pelo relatório das Forças Armadas, e assim possam concluir que o processo eleitoral ocorreu dentro da normalidade esperada, ou se houve fraude.



Matéria: Dimithri Vargas
Imagem: Domínio Público
Atualizada em 10/11/2022 - ás 10:10.

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