Como organizar contas para não ficar apertado no começo de ano
Especialista dá dicas de como melhorar a sua vida financeira e evitar dificuldades ao longo do ano.
Todo início de ano a situação de aperto financeiro causa muitas dores de cabeça pra muitas famílias. Afinal, é quando começam a chegar os boletos das festas de Natal e Ano Novo, e, em muitos casos, viagens de férias. Se não bastasse isso, em janeiro é o período em que começam novas despesas como matrículas, materiais escolares e os pagamentos do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) e do IPTU (Imposto Predial Territorial Urbana). Esta junção de fatores e pior, de boletos, faz com que muitos consumidores se endividem ainda mais, já que não organizam a sua agenda financeira para quitar esses gastos.
Se você está nesta situação, não adianta se desesperar. É possível sair deste atoleiro com disciplina e planejamento. De acordo com Louis Vieira, Coordenador dos cursos de Administração e Contabilidade do Centro Universitário Newton Paiva, a fórmula mágica é a Educação Financeira.
“Cabe ao contribuinte fazer o planejamento e se programar. Nas empresas, chamamos isso de fluxo de caixa, que controla as entradas e saídas monetárias, tanto atuais quanto futuras. É muito importante a pessoa física ter a noção dos seus gastos”, explica ele. Em alguns casos, algumas pessoas que receberam o décimo terceiro salário em dezembro, normalmente já separam uma parte justamente para pagar o que não temos como fugir: o IPTU e o IPVA.
A cobrança do IPTU é feita pelo município, de modo que as alíquotas podem variar de lugar para lugar. Existem diversos fatores responsáveis pela cobrança, sendo os principais a localização do imóvel, o tamanho da área construída e o tamanho do terreno. A base de cálculo de IPTU é sempre feita sobre o valor venal do imóvel. É possível fazer o pagamento da cota única, ou seja, é possível obter certo desconto se pagar o valor integral à vista. No entanto, existe a possibilidade de dividir o valor total em parcelas durante o ano.
Caso o valor tenha sido dividido em 10 vezes e o consumidor não seja capaz de arcar em um dos meses, a prestação irá gerar encargos de juros. “O mais importante é, ao realizar o planejamento, saber se cabe no seu orçamento. Cabe ao contribuinte ter a convicção de que terá condições de arcar com a dívida. Falo que é um grande desafio, mas nada como o planejamento”, alerta o especialista.
Já o IPVA está associado ao governo estadual. Nada mais é do que o valor a ser pago e calculado com base no valor de mercado do veículo. Existem duas opções: a cota única -- que dá 3% de desconto -- e o parcelamento, com a quantidade de vezes dependendo da cidade. Contudo, se alguma das parcelas deixar de ser paga, juros e multas serão inclusos.
“No ano de 2023, falando de Minas Gerais, o IPVA tem a sua primeira parcela prevista para março. Em janeiro os contribuintes precisam ter um desembolso maior já que o governador Zema prorrogou o início do pagamento do IPVA. Então, sabe-se que o comprometimento com o IPVA será pago em março, abril e maio”, esclarece Louis. É preciso ficar atento, pois caso o consumidor escolha dividir as prestações, pode acontecer de que em um determinado mês ter que pagar IPTU e IPVA juntos.
Dicas para entrar em 2023 sem dívidas
De acordo com Louis, para entrar em 2023 sem dívidas é necessário fazer uma educação financeira. “Aprender a lidar com os gastos, manter um controle financeiro por meio de planilhas e fazer um comparativo com previsão de gastos mensais são dicas que podem ajudar. Também é essencial não gastar mais do que se recebe”. Outra dica é tomar cuidado quando se fala de cartão de crédito. “Evite ao máximo possível comprar pelo cartão de crédito, pois a conta irá chegar de qualquer forma por meio da fatura”, complementa. Ainda que pareça uma solução fácil, os juros desse financiamento são muito elevados.
“Para quem está endividado e está fora mercado de trabalho, a solução pode ser uma renegociação de dívidas e se realocar no mercado.” Hoje, é possível fazer um contrato de trabalho intermitente, ou seja, algo temporário. Esse tipo de trabalho é ainda mais presente no final do ano por conta do Natal. Por mais que não seja o ideal para se manter, pode ajudar a diminuir as dívidas. “Em um país como Brasil, poupar dinheiro é um grande desafio. É por isso que ter uma educação financeira é muito importante até para se preparar para emergências”, comenta. De acordo com Louis, direcionar um percentual do salário para os gastos mensais e também para a poupança pode fazer com que a vida financeira entre nos eixos.
Outra armadilha para quem já está endividado é o cheque-especial. “Esse financiamento é visto como um salário por muitas pessoas. Trata-se de uma necessidade”. Por conta de seus juros altíssimos, deve ser pago o mais rápido possível e utilizado apenas em emergências. “As instituições financeiras hoje em dia possuem técnicas para fazer com que os clientes usem o cheque-especial. Alguém sem esse conhecimento pode ser facilmente atraído e contrair ainda mais dívidas, que se tornam uma bola de neve”, alerta o coordenador.
Matéria: Dezoitocom
Reedição: Dimithri Vargas
Imagem: Banco Central (Domínio Público)
Todo início de ano a situação de aperto financeiro causa muitas dores de cabeça pra muitas famílias. Afinal, é quando começam a chegar os boletos das festas de Natal e Ano Novo, e, em muitos casos, viagens de férias. Se não bastasse isso, em janeiro é o período em que começam novas despesas como matrículas, materiais escolares e os pagamentos do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) e do IPTU (Imposto Predial Territorial Urbana). Esta junção de fatores e pior, de boletos, faz com que muitos consumidores se endividem ainda mais, já que não organizam a sua agenda financeira para quitar esses gastos.
Se você está nesta situação, não adianta se desesperar. É possível sair deste atoleiro com disciplina e planejamento. De acordo com Louis Vieira, Coordenador dos cursos de Administração e Contabilidade do Centro Universitário Newton Paiva, a fórmula mágica é a Educação Financeira.
“Cabe ao contribuinte fazer o planejamento e se programar. Nas empresas, chamamos isso de fluxo de caixa, que controla as entradas e saídas monetárias, tanto atuais quanto futuras. É muito importante a pessoa física ter a noção dos seus gastos”, explica ele. Em alguns casos, algumas pessoas que receberam o décimo terceiro salário em dezembro, normalmente já separam uma parte justamente para pagar o que não temos como fugir: o IPTU e o IPVA.
A cobrança do IPTU é feita pelo município, de modo que as alíquotas podem variar de lugar para lugar. Existem diversos fatores responsáveis pela cobrança, sendo os principais a localização do imóvel, o tamanho da área construída e o tamanho do terreno. A base de cálculo de IPTU é sempre feita sobre o valor venal do imóvel. É possível fazer o pagamento da cota única, ou seja, é possível obter certo desconto se pagar o valor integral à vista. No entanto, existe a possibilidade de dividir o valor total em parcelas durante o ano.
Caso o valor tenha sido dividido em 10 vezes e o consumidor não seja capaz de arcar em um dos meses, a prestação irá gerar encargos de juros. “O mais importante é, ao realizar o planejamento, saber se cabe no seu orçamento. Cabe ao contribuinte ter a convicção de que terá condições de arcar com a dívida. Falo que é um grande desafio, mas nada como o planejamento”, alerta o especialista.
Já o IPVA está associado ao governo estadual. Nada mais é do que o valor a ser pago e calculado com base no valor de mercado do veículo. Existem duas opções: a cota única -- que dá 3% de desconto -- e o parcelamento, com a quantidade de vezes dependendo da cidade. Contudo, se alguma das parcelas deixar de ser paga, juros e multas serão inclusos.
“No ano de 2023, falando de Minas Gerais, o IPVA tem a sua primeira parcela prevista para março. Em janeiro os contribuintes precisam ter um desembolso maior já que o governador Zema prorrogou o início do pagamento do IPVA. Então, sabe-se que o comprometimento com o IPVA será pago em março, abril e maio”, esclarece Louis. É preciso ficar atento, pois caso o consumidor escolha dividir as prestações, pode acontecer de que em um determinado mês ter que pagar IPTU e IPVA juntos.
Dicas para entrar em 2023 sem dívidas
De acordo com Louis, para entrar em 2023 sem dívidas é necessário fazer uma educação financeira. “Aprender a lidar com os gastos, manter um controle financeiro por meio de planilhas e fazer um comparativo com previsão de gastos mensais são dicas que podem ajudar. Também é essencial não gastar mais do que se recebe”. Outra dica é tomar cuidado quando se fala de cartão de crédito. “Evite ao máximo possível comprar pelo cartão de crédito, pois a conta irá chegar de qualquer forma por meio da fatura”, complementa. Ainda que pareça uma solução fácil, os juros desse financiamento são muito elevados.
“Para quem está endividado e está fora mercado de trabalho, a solução pode ser uma renegociação de dívidas e se realocar no mercado.” Hoje, é possível fazer um contrato de trabalho intermitente, ou seja, algo temporário. Esse tipo de trabalho é ainda mais presente no final do ano por conta do Natal. Por mais que não seja o ideal para se manter, pode ajudar a diminuir as dívidas. “Em um país como Brasil, poupar dinheiro é um grande desafio. É por isso que ter uma educação financeira é muito importante até para se preparar para emergências”, comenta. De acordo com Louis, direcionar um percentual do salário para os gastos mensais e também para a poupança pode fazer com que a vida financeira entre nos eixos.
Outra armadilha para quem já está endividado é o cheque-especial. “Esse financiamento é visto como um salário por muitas pessoas. Trata-se de uma necessidade”. Por conta de seus juros altíssimos, deve ser pago o mais rápido possível e utilizado apenas em emergências. “As instituições financeiras hoje em dia possuem técnicas para fazer com que os clientes usem o cheque-especial. Alguém sem esse conhecimento pode ser facilmente atraído e contrair ainda mais dívidas, que se tornam uma bola de neve”, alerta o coordenador.
Matéria: Dezoitocom
Reedição: Dimithri Vargas
Imagem: Banco Central (Domínio Público)